Carnaval
(Luiz Henrique Costa)
Chegou o carnaval. O que é o carnaval? O carnaval sou eu? O carnaval está em você? A partir de que pode se medir um Carnaval? É tempo de exaltar uma felicidade facilitada - será que é real? O carnaval é real? Você é você no carnaval? O carnaval é fingir ser?
Forjo a alegria e me entristeço quando um súbito espasmo de consciência ataca meu ser; daí, percebo que tudo não vai passar de quarta-feira. Será que eu me sinto bem? ou apenas estou sentindo o que todos aparentam sentir? Isso é se sentir bem?
A solidão física não me amedronta. A solidão psíquica, esta sim é meu pior pesadelo - uma tentiva em vão de questionar um comportamento comum: um elo perdido na multidão. E, num instante, todos parecem agir de acordo com o ritmo da música. Uma única música - aquela que eles não escolheram. Uma música para fugir: fuga incessante do significado. Aquela rua onde eu passo, desavisado, todos os dias agora é meu palco, meu picadeiro, minha inconsciência em êxtase - e sua também - no ápice do não-semântico. Eu e você em carne num instante sem hora; o querer pelo querer numa satisfação sem necessidade.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
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Um comentário:
eu odeio o carnaval e odeio ter que beber pra esquecer os pobrema
primeiro comentário indecente e imprestável aqui
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