sexta-feira, 17 de abril de 2009

Estranha pílula lírica

Estranha pílula lírica
(Luiz Henrique Costa)

Estranha pílula lírica
Estranho sentimento que pesa
Estranha dor que cura
Estranha luz que me obscura

Estranhas letras na sopa
Estranhas cartas sem destino
Estranhas tardes de domingo
Estranhas formas de nuvem

Estranho e admirável lixo novo
Estranha, boa e velha naftalina
Estranha menina descalça
Estranha sorriso sem dentes

Estranhos males que vêm pro bem
Estranhas linhas tortas
Estranho poema que não rima
Estranha poesia que não significa

Pare/Pense

Pare/Pense
(Luiz Henrique Costa)

Pare e pense
Pense antes de falar
Pense alto
Mas fale baixo

Pense parado
Pense antes de parar
Pare um pensamento
Ou pense sem parar

É tarde

É tarde
(Luiz Henrique Costa)

Agora é tarde.
Mesmo que amanheça, é tarde.
Mesmo com fim de tarde, é tarde.
Mesmo nasça outro dia, é tarde.
À noite, será tarde.

Me cegue

Me cegue
(Luiz Henrique Costa)

Me fite
Me venha
Me feche
Me abra
Me chova
Me molhe
Me seque
Me suma
Me durma
Me sonhe
Me saiba
Me soe
Me sue
Me siga
Me cegue
Me sugue