quinta-feira, 1 de outubro de 2009

2am
(Luiz Henrique Costa)

ignore-me
mate-se
eu penso
e existo

assista-me
repara-me
eu olho
e fito

fale-me
cale-me
eu canto
e grito
Te quis doce
(Luiz Henrique Costa)

traga mais um trago
que me aqueça
nós dois em mais uma lembrança

nossas palavras especialmente ditas
um ar de noltalgia renovada
metáfora atemporal

signos inconscientes
em minha percepção
meus olhos, sua boca e poucas sílabas

me agarre
não me espere
sinta-me livre
que eu te liberto

o hoje
o sempre
presos neste dia

a luz que me revela teu semblante
a aura entorno
energia que se dissipa

voz que agita o ar
ar denso em meus pulmões
passou por minhas narinas
era um aroma doce
de um doce paladar

terça-feira, 2 de junho de 2009

A Mão

A Mão
(Luiz Henrique Costa)

A mão que tempera - que adoça
A mão que dá - que tira
A mão que limpa - que apaga
A mão que colhe - que alimenta
A mão que toca - que executa
A mão que constrói - que destrói
A mão, que não é língua, não mente.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Estranha pílula lírica

Estranha pílula lírica
(Luiz Henrique Costa)

Estranha pílula lírica
Estranho sentimento que pesa
Estranha dor que cura
Estranha luz que me obscura

Estranhas letras na sopa
Estranhas cartas sem destino
Estranhas tardes de domingo
Estranhas formas de nuvem

Estranho e admirável lixo novo
Estranha, boa e velha naftalina
Estranha menina descalça
Estranha sorriso sem dentes

Estranhos males que vêm pro bem
Estranhas linhas tortas
Estranho poema que não rima
Estranha poesia que não significa

Pare/Pense

Pare/Pense
(Luiz Henrique Costa)

Pare e pense
Pense antes de falar
Pense alto
Mas fale baixo

Pense parado
Pense antes de parar
Pare um pensamento
Ou pense sem parar

É tarde

É tarde
(Luiz Henrique Costa)

Agora é tarde.
Mesmo que amanheça, é tarde.
Mesmo com fim de tarde, é tarde.
Mesmo nasça outro dia, é tarde.
À noite, será tarde.

Me cegue

Me cegue
(Luiz Henrique Costa)

Me fite
Me venha
Me feche
Me abra
Me chova
Me molhe
Me seque
Me suma
Me durma
Me sonhe
Me saiba
Me soe
Me sue
Me siga
Me cegue
Me sugue

terça-feira, 31 de março de 2009

Um Canto Querido

Um Canto Querido
(Luiz Henrique Costa/especialmente escrito para Juliana Faria)

Oh, meu canto!
Por quantas vezes te neguei
Oh, teus encantos!
Por quantas vezes me apaixonei

Pelo o brilho dos teus sorrisos
A cor dos olhos combinam com tudo em você
A beleza de se divertir num dia de sol
Sem ligar se ele vai se pôr

Oh, queria!
Oh, meu bem!
Oh, tão linda!
Me dê a mão, me faça são

Vou te contar o que as paredes já cansaram de ouvir
Vou me jogar em teus braços
E perder os espaços (que há) entre eu e você