(Luiz Henrique Costa)
Tem poesia para vender
Para comprar, para amar
Tem poesia que não se deixa calar
Tem poesia debaixo do pé
Na sola do sapato
Tem poesia na sombra
Que te acompanha
Escorada num muro de chapisco
Tem poesia no resto
No lixo, lá fora
Tem poesia no fundo da sacola
Nos fundilhos das calças
No remendo da cueca
Tem poesia que virou pó
E que a gente inalou
Tem poesia no chão
No barro, na lama
Tem poesia que s ensina e que engana
Tem poesia que é fantasia
Fantasma de infante
Tempo poesia concreta
Que não dissolve
Que não resolve
Tem poesia pura, adulterada
Estragada - fora de validade
Tem poesia que sangra
Que coagula
Que cura
E que deixa cicatriz
domingo, 7 de junho de 2015
A primavera
(Luiz Henrique Costa)
A primavera da alma não tem flores
Ela é feita de voltas
Que a Terra dá em torno do Sol
A primavera da alma tem espinhos
A dor contínua não deixa esquecer
Que a primavera da alma chegou
A primavera da alma não é bela
Não cabe num cartão postal
É cinza e vai embranquecendo
A primavera da alma chega depois do inverno
Para aquecer o espírito
A primavera da alma termina com o fogo
Do verão
A primavera da alma não tem flores
Ela é feita de voltas
Que a Terra dá em torno do Sol
A primavera da alma tem espinhos
A dor contínua não deixa esquecer
Que a primavera da alma chegou
A primavera da alma não é bela
Não cabe num cartão postal
É cinza e vai embranquecendo
A primavera da alma chega depois do inverno
Para aquecer o espírito
A primavera da alma termina com o fogo
Do verão
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