Deusa dos ventos
(Luiz Henrique Costa)
Olhos que cegam a sobriedade
Sorrisos que abraçam o além-mar
Ela foi dica do sabiá
Concha do colar dos botos
Fruto da espera do carvão
Deusa dos ventos que desviam rotas
Que confundem as aves
E espalham o fogo
Overdose da natureza
Contemporânea dos lírios
Tiro certeiro na mata
Ela veio do barro
Se esgueira pelas pedras
E anda acima das copas
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Bom dia.
Bom dia.
(Luiz Henrique Costa)
Acordar, café, manhã
Abrir a porta
Ignição.
- Olá! sentar, horas, passar
Páginas, sim, não,
- Melhor da próxima vez!
TV, sofá, estar, jantar
- Como vai?
Cama, vira,
- Até amanhã.
(Luiz Henrique Costa)
Acordar, café, manhã
Abrir a porta
Ignição.
- Olá! sentar, horas, passar
Páginas, sim, não,
- Melhor da próxima vez!
TV, sofá, estar, jantar
- Como vai?
Cama, vira,
- Até amanhã.
Ode a vontade
Ode a vontade
(Luiz Henrique Costa)
Que vontade de poder!
Querer que late latente
Potência de poder - à vontade
Quero sorrir a esmo
Esmerar-me em vossos segredos
Segregar o corpo da mente
Mentir pra poder voar
Asas pra cantar bem alto
Altura para cair bem devagar
Divagar atento à Lua
Enluarar-me ao som dos grilos-falantes
Ah! que vontade dessa vontade!
Beber das águas do fundo do mar
Nadar nas poças de nuvens
Levitar nas ondas que chegam aos ouvidos
Fonte do desejo do querer
Coisa-que-quer-por-si-só
Comichão que dá e não passa
(Luiz Henrique Costa)
Que vontade de poder!
Querer que late latente
Potência de poder - à vontade
Quero sorrir a esmo
Esmerar-me em vossos segredos
Segregar o corpo da mente
Mentir pra poder voar
Asas pra cantar bem alto
Altura para cair bem devagar
Divagar atento à Lua
Enluarar-me ao som dos grilos-falantes
Ah! que vontade dessa vontade!
Beber das águas do fundo do mar
Nadar nas poças de nuvens
Levitar nas ondas que chegam aos ouvidos
Fonte do desejo do querer
Coisa-que-quer-por-si-só
Comichão que dá e não passa
Poetinha
Poetinha
(Luiz Henrique Costa)
Poeta escreve sons
Respira mundos
Desconfigura a matéria
Carnavaliza o absurdo
O poeta não entende porque o leêm
(Luiz Henrique Costa)
Poeta escreve sons
Respira mundos
Desconfigura a matéria
Carnavaliza o absurdo
O poeta não entende porque o leêm
Coração Poente
Coração Poente
(Luiz Henrique Costa)
Coração entope
Quando há limo nas palavras-fechaduras
Coração abre
Quando escrevo sem pontuação
Coração não atura
A mania de esconde-esconde
Perplexo, se põe
E nasce no lado oposto
Ao Sol.
(Luiz Henrique Costa)
Coração entope
Quando há limo nas palavras-fechaduras
Coração abre
Quando escrevo sem pontuação
Coração não atura
A mania de esconde-esconde
Perplexo, se põe
E nasce no lado oposto
Ao Sol.
quarta-feira, 30 de maio de 2012
Humanóide
Humanóide
(Luiz Henrique Costa)
Era tão bom quando era humano
Era tão difícil quando era humano
Tão fêmea, tão macho - quando era humano
Era tão diferente de tudo que existia
Era tão mutável, quando era humano
Havia sabores, cores e sentidos
Quando éramos humanos
Agora tudo engrenou
Agora tudo engraxou
Agora tudo engavetou
Tudo embotou
Agora o ser é semi-humano
Semi-cor, semitons,
Um ser sem si em semi-metafisica
(Luiz Henrique Costa)
Era tão bom quando era humano
Era tão difícil quando era humano
Tão fêmea, tão macho - quando era humano
Era tão diferente de tudo que existia
Era tão mutável, quando era humano
Havia sabores, cores e sentidos
Quando éramos humanos
Agora tudo engrenou
Agora tudo engraxou
Agora tudo engavetou
Tudo embotou
Agora o ser é semi-humano
Semi-cor, semitons,
Um ser sem si em semi-metafisica
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Procura-se sonhos perdidos
Eu tinha sonhos
De verão e primaveras
Eu tinha um mundo
Que criei
Havia invernos e outonos
Havia riquezas não-palpáveis
Realidade incomensurável
Meus mitos, meus monstros
Minha terra não-natal
Porém minha; e sua.
Havia você.
Havia.
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